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domingo, 31 de julho de 2011

Denguinhos e Sorrisos...

Nos últimos dias aprendi a sorrir!

Minha mamãe e meu papai ficam todos bobos quando eu dou um sorriso... além da minha avó Anely que me dá muito denguinho. As vezes a mamãe até chama a atenção da minha avó pois ela não me deixa dormir no berço, no carrinho ou na cama. Ela sempre me tira destes locais frios e me coloca para dormir no seu colinho quentinho... eu gosto muito, mas isto está me deixando super dengoso!

Durante o dia só tiro alguns cochilos, de no máximo 01 hora. Minha mamãe me dá peito na hora que quero (amamentação em livre demanda). Devido a isso estou ficando fofinho e muito saudável!

Durante a noite estou dormindo bem, quase a noite toda... só acordo para mamar e trocar de fralda. As 05 horas da manhã fico muito dengoso e só paro de reclamar quando minha mãe me coloca para dormir com ela e com o meu papai na caminha quentinha deles. Gosto de dormir em cima da barriga da minha mãe. Depois só acordo as 10 horas da manhã.
Estão vendo como os gessinhos não atrapalham em nada a minha rotina!?


A vida com o gesso

Sei que muitos devem estar pensando: coitadinho, tão pequeno e já usa gesso nas duas pernas. Aliás, uns não só pensam como falam isso quando me veem na rua ou no supermercado nas poucas vezes que saio para passear com mamãe e papai. Mamãe fica braba com isso!

Mas que nada! Eu tô curtindo essa vida engessada. Já sinto como se o gessinho fizesse parte de mim: uso o peso dele para me virar, faço exercícios, bato um no outro para chamar a atenção e até faço alongamento com as pernas. Mas vamos combinar, não reparem nessa "carga" abaixo da minha bundinha ok? Essa foto foi tirada quando minha mãe trocava minha fralda.


Além do mais, que outra criança tem um caderninho nas pernas para as pessoas colocarem seus nomes e mensagens de carinho? Hein? Hein?

Minha comida

Esse primeiro mês de vida foi bem movimentado. Estou descobrindo que a vida aqui fora não é fácil, pois envolve fome, frio e cólica. Ainda bem que tenho meus pais e minha vó para cuidarem de mim. A primeira providência foi pegar uma agenda da minha mãe e anotar tudo o que acontece comigo: a que horas mamei, se tomei leite, trocas de fralda, choros, sorrisos, etc.

Daí vem as primeiras decisões: tomar leite na mamadeira ou mamar no peito? Tomar logo um remédio para cólica ou dar uma massagem e esperar até sair um arroto ou um peidinho? Minha vó sempre aconselhava logo a primeira opção e já causou um choque de gerações. Até entendo que no tempo dela era assim, mas hoje as coisas mudaram um pouco. Meu pai, porém, sempre escolhia a segunda mas não abre mão da primeira. Em certas situações, não tem como deixar de tomar algumas gotinhas do remedinho para cólica. E também não dá para ficar pendurado no peito da minha mãe o dia inteiro - eu sou muito guloso -  então o leitinho na mamadeira entra como um complemento alimentar. Comecei tomando 30 ml a cada 3 horas, passei para 60ml, depois 90 e hoje já tomo até mais que isso. Com isso, já cheguei a 3,95 kg na última pesagem e 53cm. Mas não abro mão do peito da minha mãe de jeito nenhum: sempre que ela me oferece - e não são poucas vezes - eu mamo pois me serve de alimento e de consolo.

Tratamento dos pezinhos

Bom, nos meus primeiros dias de vida já tenho essa novidade: tratar meu PTC. Mas não é nada demais, pois estou bem assessorado pelo meu ortopedista Daniel e o gesseiro Sérgio do Hospital São Bernardo, onde nasci. Além, claro, da companhia dos meus pais.


O tratamento é assim: na primeira fase, colocarei de 6 a 8 gessinhos para corrigir a angulação do meu calcanhar. Antes de colocar cada gesso, recebo uma "massagem" em cada pé. Os gessos são trocados semanalmente. O meu gesso é trocado em casa e toda quinta eu acordo às 6h da manhã e entro numa banheira com água morna (a mesma quantidade de um banho) e vinagre (1/3 de uma garrafa). Fico igual a um molho vinagrete. O vinagre faz o gesso amolecer mais rápido e minha mãe corta o gessinho com uma faca de serra e com uma tesoura sem ponta.

Depois dos gessos, vem a segunda fase, que é usar a órtese de Dennis-Brown, uma botinha legal que tem até nome de cantor de Reggae e vou usar por 2 meses durante 23 horas seguidas por dia e depois desses dois meses continuo usando-a, mas apenas por 14 horas diárias.

Hoje ainda estou no meu 5º gessinho e já dá para notar a evolução dos meus pés.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Meu pezinho torto


Com 5 meses de gravidez, através de um exame de ultra-som, mamãe e papai descobriram que eu nasceria com os pezinhos tortos. De acordo com o exame, "suspeita de equinovaro". É o famoso PTC - Pé Torto Congênito (Ver mais em http://www.petorto.com.br/). Para compensar, nesse dia também mostrei pela primeira vez minha pinta e meus pais descobriram meu sexo.

Ao nascer, o pediatra foi todo preocupado dar a notícia que meu pai já sabia. Ainda no hospital, no 2º dia de vida, o ortopedista Daniel Sabatini foi me visitar e marcou uma consulta para uma semana depois, aos 9 dias de idade. Foi o nosso primeiro encontro de muitos.

Na consulta, ele sugeriu a técnica do Dr. Ponseti (mais em www.global-help.org/publications/books/help_cfponsetiportuguese.pdf) onde eu colocaria alguns gessinhos para depois usar uma botinha legal até corrigir meus pezinhos. Papai e mamãe aceitaram e comecei a acumular milhas de viagem indo semanalmente à Colatina.

Encontro com o mundo


Cheguei!
Depois de muita espera vim ao mundo!

Tudo começou quando fui com meus pais para Colatina fazer uma consulta ainda na barriga da mamãe. A médica monitorou meu coraçãozinho por 20 minutos e decidiu pedir um ultra-som. Na ultra, viram que eu tava um pesinho com 3,6kg e 53 cm. Enorme! Então meus pais decidiram marcar uma cesariana para o dia 22 de junho por vários motivos: meu tamanho, a falta de sinais de parto e o fato da médica viajar no feriadão de 23 a 26. Doce ilusão...

Chegamos em casa e esperei minha mãe comer e arrumar algumas coisas e quando ela já estava dormindo, eu resolvi romper a bolsa! Eram 23h do dia 20 de junho. Chamamos tia Marcela para ver e ligar para tio Marcelo para conduzir eu, meu pai e minha mãe de volta à Colatina. Segredo: mamãe tinha medo de papai ficar nervoso na estrada.

A viagem foi tranquila, chegamos em Colatina e o hospital tava mais tranquilo ainda: o médico plantonista me atendeu e internou a mamãe, mas ainda não havia dilatação. E assim permaneceu até as 9h da manhã do dia 21, quando o outro plantonista, Thiago, passou um soro para mamãe acelerar o parto. Daí em diante mamãe começou a sentir dores de contração, cada vez mais frequentes. Às 17h, a dilatação ainda estava pouca - 5cm - mas as dores estavam muito fortes e mamãe estava com fome, sede e sono desde as 23h do dia anterior. Foi então que decidiu-se que eu sairia na faca!

Tudo preparado, equipe médica pronta, mas faltava meu pai na sala de cirurgia. Assim que ele entrou, eu nasci e nem dei tempo dele desmaiar nem chorar. Nasci com 3,070 kg e 51 cm às 18:39 do dia 21 de junho. Lindo e saudável. Fui logo pro peito da mamãe porque não sou besta nem nada.